Partidos que formam o atual bloco governista ocuparão 73% das cadeiras de Câmara e Senado a partir de 2011
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A eleição de domingo possibilitará a um eventual governo Dilma Rousseff (PT) mudar com folga a Constituição federal, tarefa que exige pelo menos 60% do apoio de senadores e deputados.
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Em 2011, os partidos do bloco governista controlarão 73% das cadeiras de cada uma das Casas, superando o que possuem hoje -70% na Câmara e 59% no Senado.
Caso vença, José Serra (PSDB) terá de negociar com partidos como PMDB, PP, PTB e PR, já que a base oposicionista, incluindo os partidos "independentes", ficará com 27% das cadeiras.
Para o cientista político Bolívar Lamounier, caso Dilma seja eleita, a composição governista das duas Casas "estará no limite do tolerável, o que obriga a uma vigilância atenta da sociedade".
Em agosto, Lamounier escreveu o artigo "A mexicanização em marcha", apontando tendências autoritárias do PT: "O resultado nos Estados foi bom. Estou menos angustiado, mas o risco persiste. É uma maioria muito grande nas mãos de um partido fisiológico como o PMDB e de um partido como o PT, ambíguo com a democracia".
[concordo com o Bolívar]
Fabiano Santos, professor de ciência política da Uerj, discorda: "Não há nada parecido com Venezuela ou México". Para ele, a oposição é saudável e "a composição da base governista é bastante heterogênea, o que exige constantes acordos dentro da própria coalização". [os "acordos", dentro dessa base, passam mais pelo loteamento de ministérios e de estatais do que por debates entre orientações políticas]
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(RANIER BRAGON, FERNANDA ODILLA, GABRIELA GUERREIRO, JOHANNA NUBLAT E UIRÁ MACHADO)
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