sábado, 16 de outubro de 2010

Vale para o Serra também

Esta campanha está tomando um rumo preocupante.

O coquetel política-religião não é saudável, e pode se tornar explosivo.

Qualquer tipo de espiritualidade autêntica pode tornar as pessoas melhores e dar um sentido a sua existência, ajudando-as a melhor enfrentar situações de dor ou de perda, e tornando-as mais solidárias e tolerantes com o próximo.
Mas os fanatismos religiosos criam divisões e conflitos na sociedade que podem marcá-la ou mesmo cindi-la para sempre. Católicos e protestantes, sunitas e xiitas, hinduistas e muçulmanos se enfrentam e se matam regularmente, da Irlanda à Índia, sem que nada de bom resulte desses confrontos.

Vamos deixar o Brasil fora disso!

A sabedoria do nosso povo sempre considerou que "todas as religiões são boas". Fé é coisa de foro íntimo - não tem nada a ver com impor crenças ou comportamentos aos demais.

O recado que Serra recebeu em Belém, quando se dispôs a participar do Círio de Nazaré foi exemplarmente sensato:
Serra foi desaconselhado pelo senador tucano Flexa Ribeiro (PA), que disse ao candidato que os romeiros do Círio, cerca de 2 milhões de fiéis, não costumam misturar religião com política, e que nem mesmo os candidatos paraenses fazem campanha na festa religiosa. Para se ter uma ideia, no dia do Círio, a Justiça Eleitoral até suspendeu a propaganda política na televisão a pedido do PT e do PSDB. 
Caros candidatos - Dilma e Serra - e seus estrategistas de campanha: por favor, vamos parar com essa "guerra santa"? Como eu disse em outro lugar, lembrando Goya: o sono da razão engendra monstros. E depois que eles se soltam, não se sabe mais onde a coisa vai parar.

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