Mas os jornais britânicos, em face dos recentes distúrbios em Londres e outras grandes cidades, têm apresentado uma equilibrada visão dos dois lados da moeda. A violência dos desordeiros e a reação das comunidades atingidas, que se organizam em mutirões de limpeza e reconstrução e recolhem milhares de libras de doações particulares para ajudar moradores e lojistas atingidos. Os assaltos, incêndios e saques não foram coisa de bairros pobres, ou de imigrantes, contra zonas ricas ou grandes cadeias de lojas. Barbearias, oficinas, pubs, pequenas lojas de bairro foram arrasadas. (Ver por exemplo http://www.thisislondon.co.uk/standard/article-23977403-only-25p-left-but-i-will-start-again-for-my-girls-and-new-family-of-neighbours.do)
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Foto:Amy Weston |
Há muito ainda para entender e explicar em relação aos explosivos acontecimentos desta semana. Nem conflito racial, nem luta de classes - talvez um derramamento do exacerbado desejo de consumo aliado à sensação de que enfim tudo era possível, de que nada poderia se interpor a vontade de ter e o poder de pegar e levar? Os "normais", nesse caso - os certinhos, as pessoas que procuravam defender suas lojas, suas casas -, eram atacados como desmancha-prazeres, incômodas testemunhas das regras que se tratava exatamente de romper.
Do ponto de vista da cobertura da mídia, em todo o caso, restou um saldo positivo: a conclusão de que boas notícias são também... boas notícias.
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