"Dilma chegou ao Planalto nas costas de dez legendas -a maior coalizão formal a eleger um presidente da República pós-ditadura. Ao montar sua equipe, a primeira mulher a ocupar o Planalto optou por ceder várias cadeiras a uma turma desqualificada que agora começa a cair.Ontem, a presidente disse que escolhas políticas não "desmerecem nenhum governo".
Mais ou menos. Se os indicados são Pedros Novais, desmerecem sim. Qualquer observador político com o Q.I. equivalente ao de um Forrest Gump saberia em dezembro passado que o então nomeado ministro do Turismo não poderia assumir o cargo em janeiro. Mas Dilma não teve presciência -ou coragem- para abortar o problema."
Um governo errático
Ao todo, desde que Dilma assumiu a presidência, foram sete alterações entre saídas e trocas de cargo. Quatro aconteceram por denúncias de irregularidades, duas por troca de cargos e uma por críticas.
Palocci foi o primeiro a deixar o governo, em 7 de junho. Após denúncias de que, entre 2006 e 2010 multiplicou seu patrimônio por 20 quando era deputado federal e manteve de forma paralela uma consultoria privada. Foram 23 dias de crise até sua saída.
Também não foi a primeira vez que Palocci foi alvo de escândalos enquanto esteve no governo. Em 2006, quando era Ministro da Fazenda, deixou o cargo sob indícios de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa
Quem o substitui em sua saída foi Gleisi Hoffmann (PT-PR)Sérgio (PT-RJ) – Relações Institucionais e Ideli Salvatti (PT-SC) – Pesca
Houve uma troca de comando. No dia 10 de junho, a presidente Dilma Roussef optou pela troca entre Ideli Salvatti e Luiz Sérgio. Ela, que era ministra da pesca e aquicultura, assumiu o ministério de Relações Institucionais enquanto Luiz Sergio fez o caminho inverso.
De acordo com a Folha, o ex-ministro de Relações Institucionais não conseguia fazer a articulação do governo com os partidos e base aliada, função essa que na prática estava sendo exercida por Palocci. Com a substituição deste na Casa Civil, aconteceu um processo de fritura de Sérgio e embora a Presidente não concordasse, ele alegou que a situação ficou insustentável e pediu demissão.
Alfredo Nascimento (PR- AM) – Transportes
A saída de Alfredo Nascimento aconteceu no dia 6 de julho, após ter o nome envolvido em superfaturamento de obras e recebimento de propina.
Segundo informações da Folha, as denúncias começaram com reportagem da revista Veja a respeito de um esquema envolvendo dois de seus assessores diretos e também o ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot e o ex-diretor-presidente da Valec (estatal de obras ferroviárias), José Francisco das Neves. Em seguida uma reportagem do jornal “O Globo” revelou que o patrimônio de seu filho cresceu 86.500% em dois anos.
Quem assumiu o Ministério dos Transportes em seu lugar foi Paulo Passos (PR-BA).
Nelson Jobim (PMDB-RS) – Defesa
Acabou sendo substituído por Celso Amorim (PT-SP).
Wagner Rossi (PMDB-SP) – Agricultura:
Com o pedido de demissão, Mendes Ribeiro (PMDB-RS) assumiu a pasta.
Pedro Novais (PMDB-MA) – Turismo
Pedro Novais enviou carta de demissão à presidente Dilma na quarta-feira (14/09) após denúncias de irregularidades no uso de verbas na época em que exercia mandato de deputado, do qual estava licenciado.
Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo publicada na terça (13) afirmou que Novais teria utilizado dinheiro da Câmara dos Deputados para pagar uma governanta de sua casa durante o período de 2003 a 2010. Na quarta (14) a publicação declarou que a esposa do então ministro usava irregularmente um servidor da Câmara como motorista particular.
Em dezembro de 2010 o jornal o Estado de São Paulo havia revelado que, em junho do ano passado, Pedro Novais pediu à Câmara que ressarcisse o valor de R$ 2.156 pagos por ele a um motel em São Luís.
O nome escolhido pela presidente Dilma Roussef para ocupar o Ministério do Turismo foi o do deputado Gastão Vieira Lima (PMDB-MA), ligado à família do senador José Sarney.ANÁLISE http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1709201106.htm |
DE SÃO PAULO
A nomeação do terceiro peemedebista do Maranhão para o ministério de Dilma Rousseff levou analistas políticos e o público geral a indagar: por que, tantos anos depois de ter deixado a Presidência, José Sarney conserva tanto poder na República?
(...)
21 anos depois de seu período no Planalto, Sarney é o último dos oligarcas a gozar de poder nacionalmente
O prestígio que tem junto ao PT se deve, em grande medida, a ter comprado ações de Lula em 2002 na baixa, quando se falava em risco PT.
Isso lhe valeu a chave dos cargos no setor elétrico, apoio (à revelia do PT) à eleição de Roseana e salvo-conduto na maior crise que já enfrentou, a dos atos secretos do Senado, em 2009.
Eleita, Dilma não mexeu nos feudos no setor elétrico e ainda ampliou seus espaços.
O prestígio que tem junto ao PT se deve, em grande medida, a ter comprado ações de Lula em 2002 na baixa, quando se falava em risco PT.
Isso lhe valeu a chave dos cargos no setor elétrico, apoio (à revelia do PT) à eleição de Roseana e salvo-conduto na maior crise que já enfrentou, a dos atos secretos do Senado, em 2009.
Eleita, Dilma não mexeu nos feudos no setor elétrico e ainda ampliou seus espaços.
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