quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"Preconceito", presidente?

A quem interessa o crime? "Cherchez la femme!"
Lula tem uma candidata à presidência da República, e  não vê como um escândalo o acesso de seus partidários a dados sigilosos de contribuintes para beneficiá-la, ao intimidar seus adversários. Nível mais baixo de atuação política é difícil até de imaginar. E o espantoso é que quando os adversários protestam, a "cândida" candidata primeiro MENTE, dizendo que em setembro de 2009 - data do acesso criminoso aos sigilo fiscal de dirigentes tucanos e de seus familiares - seu nome ainda não era nem cogitado para o pleito!
 "Em abril de 2009 não existia eleição, nem para mim, nem para o meu adversário, nem para a outra concorrente, a Marina. Nenhum de nós era candidato, era algo bastante longe. Então tem de apurar direitinho o que está acontecendo dentro da Receita. Em setembro eu não era candidata, não era pré-candidata, não tinha pré-candidatura nem candidatura", disse.
Basta uma consulta superficial à internet para ver que isso é inteiramente falso. Desde janeiro de 2009, pelo menos, Lula já falava abertamente da candidatura de Dilma à presidência.
Depois, ainda posando de ofendida e superior, Dilma anuncia que "não vai baixar o nível" da campanha para responder às acusações. Dificilmente poderia mesmo baixá-lo, dado o ponto a que já chegou!
Como a blindagem mesmo assim ameaça fazer água, agora entra o presidente, com a incrível manobra de atribuir a reação das vítimas - que tiveram seus direitos constitucionais violados - a um inédito "preconceito contra a mulher"!
OK, senhor Lula: se ser mulher agora autoriza a sua candidata a invadir dados sigilosos da Receita Federal, que tal deixar Verônica, a filha de Serra, acessar as declarações de renda da própria Dilma, dos dirigentes do PT e da sua família, presidente? Ou talvez o senhor também tenha "preconceito contra a mulher"... não-petista?

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