O que me chama a atenção nessa discussão do salário mínimo não é o valor fixado (muito baixo mesmo), mas a preocupação do governo em eliminar o debate público, substituindo-o por um mecanismo tecnocrático a ser acionado por decreto, nos próximos anos.
O partido "dos trabalhadores" prefere vê-los longe das galerias de um Congresso inteiramente submisso - em parte porque o próprio povo assim o escolheu, em parte porque o Executivo dispõe de mecanismos para comprar a fidelidade daqueles cuja consciência persiste em dar sinais de vida.
Sindicatos, Ongs, movimentos populares: dediquem-se daqui em diante aos inócuos e vistosos desfiles de bonés, bandeiras e camisetas. Os grandes debates públicos agora estão reservados aos técnicos e apparatchiks do regime.
(RX)
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