terça-feira, 7 de junho de 2011

A Petrobrás é nossa?

Alguém nos perguntou se queríamos dar dinheiro público ao Chávez?

O blog do Josias, da Folha de São Paulo, relata:


06/06/2011

Chávez deve US$ 1,4 bi ao Brasil e leva US$ 637 mi

Alan Marques/Folha


A visita de Hugo Chávez a Dilma Rousseff rendeu à Venezuela bons frutos. Ao Brasil, nem tanto.

Em público, Chávez ofereceu a Dilma os chistes de praxe. Em privado, obteve dela compreensão e crédito.

Antes do pronunciamento conjunto, os presidentes reuniram-se a portas fechadas com ministros e assessores dos dois governos.
Nessa reunião, recordou-se a Chávez que a Venezuela deve à Petrobras 1,4 bilhão.

A dívida refere-se a prospecções feitas na Venezuela pela petrolífera brasileira, em parceria com a PDVSA, estatal venezuelana.

Chávez ouviu também cobranças relacionadas à Refinaria Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco.
Sócia do empreendimento, a PDVSA comprometera-se em borrifar verbas no canteiro de obras ainda sob Lula. Por ora, nada.

A despeito da dívida e dos investimentos não honrados, Chávez levou de Brasília o compromisso de liberação de dinheiro novo.

O bom e velho BNDES vai financiar a construção de um estaleiro na província venezuelana de Sucre. Coisa de US$ 637 milhões.
    
Escrito por Josias de Souza às 23h54
O presidente venezuelano Hugo Chávez visitou Dilma Rousseff, em Brasília. Os dois assinaram nove acordos.
Envolvem cooperação nas petrolífera, científica e tecnológica e erradicação da febre aftosa.

Dilma não deu entrevista. Falou apenas na hora do comunicado conjunto. Tratou o autocrata Chávez como um democrata (assista ao video lá no alto).

Disse coisas assim: “Nossos países estão ligados não só pela geografia e convivência harmônica e pacífica…”
“…Também nos une a determinação de fazer do espaço sul-americano uma zona de paz, democracia, crescimento econômico, social e respeito aos direitos humanos.”

Num instante em que o `Paloccigate’ eletrifica o Planalto e crispa o 
cenho de Dilma, Chávez injetou risadas na atmosfera. Dilma sorriu como há muito não fazia.
Ao chegar ao Planalto, Chávez cumprimentou os ministros de Dilma, perfilados para recepcioná-lo.
Demorou-se um pouco mais ao deparar-se com Palocci. Abraçou-o (veja foto lá no rodapé). Tentou reanimá-lo: “Fuerza, fuerza”, disse ao enfraquecido chefe da Casa Civil.
Por ironia, o próprio Chávez equilibrava-se em pé com o auxílio de uma bengala. Recupera-se de uma inflamação no joelho.

Os acordos firmados no Planalto talvez sirvam mais à Venezuela que ao Brasil. O apoio dado a Palocci não ajuda muito. A visita de Chávez valeu pelos chistes.
Depois de três semanas de cara amarrada, Dilma sorriu, eis a novidade. 

Antônio Cruz/ABr

Escrito por Josias de Souza às 20h22

Nenhum comentário: