quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bruxaria

"Um país que, com o malfeito, não se acumplicia jamais." 
Presidente Dilma Rousseff, 6 de setembro de 2011.

Se as palavras ainda significam o que costumam significar, e não o que os poderosos querem que elas signifiquem, alguma coisa não confere nessa declaração.

Malfeito é o que fazem os malfeitores. Malfeitor (substantivo masculino) é o autor de ação criminosa; facínora, celerado, criminoso.

Bem, depois da escandalosa votação secreta na Câmara dos Deputados, que livrou da cassação a deputada Jaqueline Roriz, filmada recebendo "dinheiro não contabilizado para campanha eleitoral" (nova definição de propina), não se sabe bem o que a presidente e sua base aliada entendem por "malfeito". Com certeza ela não quis dizer que "o país" (no caso o governo e seus aliados) rejeita, reprime, condena e pune a corrupção. Este governo foi eleito exatamente se acumpliciando com o que de mais notoriamente corrupto existe neste país, e defende os seus malfeitores até o último limite da decência. 

Mas talvez haja alguma outra acepção de "malfeito" que dê sentido à declaração presidencial.
No primeiro dicionário consultado na internet, de fato,  "malfeito" (como substantivo), além de "malfeitoria",  é sinônimo também  ... de bruxaria.  Então, podemos respirar tranquilos? Nosso país rejeita e condena a feitiçaria, e não se acumplicia jamais com vampiros e bruxos?

Depende. Dilma com certeza não se aliará às forças do mal contra Harry Potter, mas se o bruxo se chamar Zé Dirceu, nenhum exorcismo até agora tem sido capaz de neutralizá-lo... 









  

Nenhum comentário: