Considerado um "pastor herege", o evangélico Ricardo Gondim lança um alerta:
“Deus nos livre de um Brasil evangélico.”
Para ele, “o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores”

Por que um pastor evangélico afirma isso?
Porque esse projeto impõe não só a espiritualidade, mas toda a cultura, estética e cosmovisão do mundo evangélico, o que não é de nenhum modo desejável. Seria a talebanização do Brasil. Precisamos da diversidade cultural e religiosa.
O cearense Ricardo Gondim - 57 anos, pastor há 34, líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista - afirma que o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores, mas em seu crescimento estão as raízes da própria decadência. Os evangélicos, diz Gondim, absorvem cada vez mais elementos do perfil religioso típico dos brasileiros, embora tendam a recrudescer em questões como o aborto e os direitos homossexuais.
Para ele, o rigor doutrinário e os valores típicos dos pequenos grupos se dispersam, e os evangélicos ficam mais próximos do perfil religioso típico do brasileiro, extremamente eclético e ecumênico.
Pela primeira vez, afirma, temos evangélicos que pertencem também a comunidades católicas ou espíritas. Já se fala em um “evangelicalismo popular”, nos moldes do catolicismo popular, e em evangélicos não praticantes, o que não existia até pouco tempo atrás. O movimento cresce, mas perde força. E por isso tem de eleger alguns temas que lhe assegurem uma identidade.
Nos Estados Unidos, a igreja se apega a três assuntos: aborto, homossexualidade e a influência islâmica no mundo. No Brasil, não é diferente. Existe um conservadorismo extremo nessas áreas, mas um relaxamento em outras. Há aberrações éticas enormes.
Veja a entrevista na Carta Capital:
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-pastor-herege
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