sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Alerta educacional


 20% dos jovens britânicos de 15 anos são “funcionalmente analfabetos”.
 Para o Primeiro Ministro David Cameron, o país precisa de um “retorno ao elitismo” e de “uma completa intolerância em relação ao fracasso” em suas escolas.

A Grã-Bretanha está em estado de alerta educacional. Um estudo do Fórum Econômico Mundial[1] revela que o país está em 43º lugar no ranking escolar nas áreas de matemática e ciências, atrás da Albânia e de países como o Iran, Trinidad e Tobago ou Lituânia.

Segundo matéria publicada hoje no jornal Daily Mail[2], o fracasso se deve à política educacional do governo trabalhista, apesar da ênfase atribuída por este ao tema e ao volume de recursos destinados ao setor. As despesas com educação praticamente dobraram naquele período, de 36 bilhões de libras para 71 bilhões.

O fracasso não se deveria, portanto, à falta de recursos, mas ao abandono das exigências em relação ao desempenho, que passaram a ser consideradas “elitistas”.

O desempenho dos estudantes britânicos não é baixo apenas em matemática e ciências: um recente relatório do OCDE mostrou que 20% dos jovens de 15 anos são “funcionalmente analfabetos” no país.

Para o atual Primeiro Ministro, David Cameron, a Grã-Bretanha deve aumentar seus padrões, para competir com as economias emergentes da Índia e da China – o Brasil, sintomaticamente, não é nem mencionado.

Para Cameron, o país precisa de um “retorno ao elitismo” e de “uma completa intolerância em relação ao fracasso” em suas escolas. “Qualquer complacência será fatal para nossa prosperidade”. A reforma da educação é vital para “recuperar nossa sociedade rompida”, segundo o ministro.

“Queremos criar um sistema educacional baseado em real excelência; precisamos ser ambiciosos se quisermos competir no mundo” – são afirmações esperadas de um discurso que Cameron fará hoje num encontro de “escolas livres” – escolas públicas dirigidas pela iniciativa privada, por Ongs ou pelos pais.

Na lista do Fórum Econômico Mundial Singapura tem o primeiro lugar em educação, seguida da Bélgica e da Finlândia. A Nova Zelândia é o sétimo, Canadá o oitavo; França 15º, Bósnia e Herzegovina 41°.

O Brasil
Posição do Brasil no relatório do Fórum Econômico Mundial
No mesmo relatório, a situação do Brasil no ranking geral de competitividade melhorou cinco posições (está em 53º na classificação geral dos 142 países), mas vários fatores são apontados que comprometem o pleno aproveitamento de nosso enorme potencial de competitividade. Entre eles, “a baixa qualidade geral do nosso sistema educacional”: estamos em 115° lugar neste quesito. Pior do que isso, em “ qualidade da educação em matemática e ciências”, o Brasil está no 127° lugar!

O sinal vermelho que se acende na Grã-Bretanha vale portanto, com muito maior razão, também para nós. Se quisermos ser competitivos numa economia mundial cada vez mais sofisticada, temos de levar a sério os desafios da nossa educação.
Mas quando o próprio material escolar distribuído pelo MEC contém erros grosseiros de aritmética (http://rexpublica2010.blogspot.com/2011/06/10-34.html), podemos ver que o tamanho desses desafios não é pequeno!

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