quinta-feira, 22 de março de 2012

Prefeitura de São Paulo: trampolim ou patamar?

Trampolim: s.m. prancha para saltar ou mergulhar; (fig) meio, nem sempre lícito, para conseguir alcançar um objetivo
Patamar: s.m. Espaço mais ou menos largo à entrada da porta principal.
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo devem se comprometer a ficar no posto até o fim, caso eleitos, assumindo o compromisso de não disputar outros cargos (governador, presidente da República) durante a vigência do seu mandato?

Colocar esta pergunta no centro do atual debate eleitoral é reduzir a importância do comando do executivo da capital paulista, e da própria cidade como centro das decisões políticas nacionais.

São Paulo é a maior cidade do País, com 11 milhões de habitantes (mais do que a população do estado do Rio Grande do Sul, para ter uma idéia) e uma das maiores do mundo. Seu  PIB foi de 450 bilhões de reais em 2011, segundo dados da Fecomercio/SP: mais de 10% do PIB brasileiro ( 4,1 trilhões) no mesmo ano.

Mas São Paulo é hoje, sobretudo, o centro político da Nação. Berço do PT e do PSDB, respectivamente os polos da situação e da oposição brasileiras, as disputas ali travadas adquirem imediatamente - volens nolens - dimensão nacional.

Basta confrontar a história das listas de candidatos a prefeito de São Paulo e a presidente da República, que as coincidências se multiplicam. Nomes como Jânio Quadros, Mário Covas, Paulo Maluf, José Serra, Fernando Henrique Cardoso,  Geraldo Alkmin, num momento ou em outro, aparecem dos dois lados da tabela. São cargos que sem dúvida atraem políticos de mesma envergadura, na cena paulista ou nacional.

Do prefeito de São Paulo não se espera que se limite a ser um administrador local. A metrópole paulista não precisa apenas de um bom gerente, mas de um nome que represente sua importancia política e a projete no cenário nacional.

Por isso, transformar em questão crucial a permanência ou não de um candidato à Prefeitura paulista no cargo até o fim do mandato apequena não apenas o debate político, mas a própria importância de São Paulo na vida do País. São Paulo é grande demais para ser um mero trampolim: é uma plataforma, um largo espaço à entrada da porta principal da política brasileira.



Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente análise.
Difícil imaginar que os eleitores paulistanos, com olhos apenas nas questões paroquiais, deixem de perceber a importância do Município de São Paulo no cenário nacional.
Um tiro no pé.
O político que assumisse as razões do teu escrito seria, por certo, um grande candidato.